domingo, 13 de janeiro de 2008

Pague para não ver

Caro leitor, contenha o esgar ao terminar de ler a frase seguinte. Destacado para cobrir as filmagens do mais recente filme de Xuxa, pela revista SET, em determinado momento o repórter a define como perfeccionista.
Se for verdade a existência dela deve ser miserável. Pense comigo, ainda se pudesse dizer que seu trabalho é espectacular, ainda assim viveria angustiada. como é um lixo, nem deve se olhar no espelho.
Agora sem graça é lembrar que na sua busca de seu pináculo artístico, a auto-intitulada rainha do baixinhos faça com o nosso dinheiro, dinheiro público advindo da dedução de impostos da Lei Rouanet de incentivo à cultura. Não esqueça que isso só é possível com a anuência da Agência Nacional de Cinema, ANCINE. Recupere o fôlego, um funcionário do Ministério da Cultura, MinC, asseverou a relevância e representatividade brasileiras na película.
Foi assim com esse filme e praticamente todos os outros lançados no país. É verdade que fora do cinema americano, todos os Estados patrocinam seu respectivo cinema nacional. O que tal como a jabuticaba, só existe aqui é o filme que ainda que ninguém veja já esta pago, e não por seus produtores. O caso mais acintoso é o de Guilherme Fontes com seu Chatô - o rei do Brasil, começaram a rodar em 1997, torrou mas de 14 milhões de reais e o filme não está pronto! Fontes ainda tem a petulância de pleitear mais dinheiro para rodar mais cenas e montagem.
Cinema é um troço caro, deve ser feito para dar retorno, que fique claro, retorno financeiro, e por um conjunção especial dos astros, e vá lá, com algum talento dos envolvidos pode ser arte. O primeiro elemento dessa fórmula é fixo (cinema é caro, mesmo que se filme com camêras digitais, algum momento haverá transferência para película, e o custo pesado é na divulgação), os outros se balanceia.
Outro elemento a ser considerado é que filmes dão prejuízo, todos, mesmo sucessos como Tropa de Elite, A Grande Família, Cidade de Deus, não empatam os custos. Aí que aumenta a responsabilidade daquele burocrata do MinC que falei anteriormente. E a consumidor também. Tenho uma teoria sobre como Xuxa atrai público. Os pais vêem no jornal que o filme é censura livre e arrasta as crianças. Nunca me esqueço de uma amiga minha falando que estava com a filha de 6 anos, e decidiram ver um filme. Temporada de férias, ela, a mãe escolheu Xuxa Popstar, meia-hora de filme, a menina perguntou se faltava muito para o fim. É simbolico que chegou a hora que nem a GLOBO tenha paciência para meia-hora de Xuxa, nesse ano ela perdeu seu programa. Dava prejuízo, e como era dinheiro privado que dessa vez quem pagava as contas...

3 comentários:

Anônimo disse...

Se bem que não estava de todo errado o tal burocrata do MinC enquanto representante do Estado e, em última análise, do povo: ele apenas quedou-se inerte ante a constatação de que a Xuxa infelizmente representa o Brasil sim, em uma de suas "expressões culturais", pelo menos para a grande massa. Com efeito, ela não é uma "artista"? Ora, meu caro, há muito essa expressão perdeu seu sentido: colocaram no mesmo balaio a Maria das Graças Meneghel e Elis Regina. Meu Deus, acho que vou vomitar...

Alexandre disse...

Olha você chegou num ponto que me é caro. Até topo que nulidades como Xuxa sejam financiados pelo Estado (observando a capacidade e necessidade do pleiteante também investir do próprio bolso). Agora uma vez pronta a obra, que seja apresentada na exata excelência que alcançou,sem esse papo que é produto nacional, temos que apoiar e o escambaú. E mais, com isso acabe com esse papo que a música, cinema, literatura, o que seja, são de alto nível. Existem músicos talentosos, um ou outro filme se destaca, alguém consegue escrever um livro acima da média. As artes no Brasil, principalmente para as grandes massas, são muito ruins!

Anônimo disse...

É...Mas como disse um maravilhado Serginho Groisman, ao saudar o circo de horrores breganejo presente ao seu programa: VIVA A MÚSICA BRASILEIRA!!!
HAHAHAHA
E o cinema também!!!