quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Madeleine, Madeleine, Madeleine...

Jô Soares hoje é um zumbi, nada mais apropriado que esteja perdido, assombrando na madrugada. Como todo morto-vivo ele está atrás de miolos, comeu os dele primeiro e agora parte para devorar os nossos. Isso explica o porquê de tão preguiçoso, faz as chamadas do seu programa sentado, na introdução, praticamente limita-se a ler algo engraçadinho das correntes na internet, muito diferente quando fazia um legítimo e inspirado stand-up, repete as mesmas piadas e brincadeiras com o sexteto e o garçom, e nas entrevistas não parece se dar ao trabalho de pesquisar o convidado, passando a sensação de "vamos ver no que vai dar". E aquele elevador no cenário, serve para quê mesmo? Até fico feliz quando chega o horário de verão, durante o período o Programa do Jô termina uma hora mais cedo, e com sorte o Intercine programou um filme legal (e não tão porcamente cortado).
A salvação é quando aparece uma atração fora do padrão (não ajuda também a produção em sintonia como o chefe, agendado com tanta gente mixuruca). Tive uma surpresa ontem quando percebi que o programa ontem seria assim, e foi bem fortuito mesmo; pensava em dormir depois do Jornal da Globo e esperei, meio enfadado para ver quem estaria lá. E logo no começo abri um baita sorriso, era a fabulosa Madeleine Peyroux!!
Era só correr para o abraço, só que claro, abusaram da minha paciência, tive que atravessar dois blocos com uma entrevista qualquer nota com Andreia Beltrão junto a um moleque sem graça, divulgando um filme que ninguém vai ver. O gordo, no melhor estilo do seu ex-patrão, Sílvio Santos, constrangeu o coitado do menino, sem que ele percebesse. É capaz de se lembrar agradecido daquele momento.
Já com Madeleine perdeu-se um tempo enorme, e sem motivo, discutindo a eleição de Barack Obama nos EUA, noutro momento Jô Soares perguntou sobre influências de músicos ativistas no trabalho de Peyroux. Foi desconcertante pois ela não tem uma militância ativa e nem em suas canções percebe-se algo do tipo, na verdade é até bem reservada. Uma história divertida é que sua gravadora contratou um detetive particular para encontrá-la, pois ela tinha sumido na época da divulgação dum disco.
O que salvou a noite, foi Madeleine Peyroux, tímida mas simpática, com canjas de suas músicas. Em homenagem a ela, posto alguns vídeos das minhas canções favoritas. Para o leitor deste blog, que acha mais importante os posicionamentos políticos dela, o signatário informa que ela votou, pelo correio, em Obama, e está muito feliz por sua vitória.
Between the Bars:


Dance Me to The End of Love:


La Javainese:

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