quinta-feira, 1 de maio de 2008

Meu cachorro não tem nariz

Como muitos da minha geração, e falo de pessoas com seus 30 anos (e sem papai rico para conhecer em primeira mão numa viagem de férias pela Europa), conheci o Monty Python na Sessão Comédia que a REDE GLOBO apresentava na madrugadas de segunda-feira. A exibição era tão madrugada adentro, que mesmo empolgado vendo A Vida de Brian (e importante dizer que só mais tarde é que entendi a relevância dos Pythons para a comédia moderna, mesmo sem nenhum contexto os ingleses já à primeira vista mesmerizam), não resisti e fui dormir na primeira metade do filme. Só recentemente assisti na íntegra na Edição Imaculada, que é como é chamado o DVD duplo.
A Sessão Comédia também consagrou um dos grandes engodos na dublagem brasileira no Em Busca do Cálice Sagrado. São antológicas as aparições dos temíveis Cavaleiros que Dizem Ni. Aprisionados por eles, o Rei Arthur e Sir Bedevere devem trazer um "shrubberie" ao covil deles. No desespero, os dois torturaram uma velha dum vilarejo até que por acaso, aparece um shrubberneiro, que oferece seus serviços e salva o dia. Ingenuamente, não só eu, mais todos meus amigos lembrando do trecho, pensavamos que o mote era que "shrubberie" era uma palavra inventada, daí o terror dos personagens. E não é que dois anos atrás vendo o DVD, com som original e legendas, finalmente descubro que "shrubberie" significa "canteiro de jardim". Meio atônito, até usei o zoom no controle remoto para ver o cercadinho no canto da tela. A vida real é que é a verdadeira piada.
Pensei neste post sobre o Monty Python quando li sobre os 50 melhores sketches cômicos de todos os tempos, eleitos pelo site NERVE e o Independent Film Channel. Menos pela honestidade, e mais pelo senso de ridículo não vou comentar os escolhidos e posições, não tenho tarimba o suficiente para fazê-lo. Quem tem um mínimo de conhecimento de cinema, cita uma dezenas de atores emersos do Saturday Live Night, que os tenham vistos no programa é outra história. Lembro-me de ter lido algo sobre os Kids in the Hall, grupo canadense com várias menções na lista, ainda assim eram só umas linhas sobre filmes estrelados pela trupe. The State? Nunca ouvi falar.
Então eles poderiam atulhar o rol da maneira que melhor os convia, agora o primeiro lugar já tem dono: Monty Python's Flying Circus. A batalha agora é qual dos sketches alcançaram o Graal (perceberam? Graal? Monty Python? como sou engraçado)
O erigido foi O Papagaio Morto:


Sinceramente não se aplica a questão de contestar por injusto o resultado. Só apontar seu favorito. No meu caso é até fácil, sem medo de me render ao clichê, A Piada Mais Engraçada do Mundo:


Há quem resista John Cleese gritando "it's not funny"?
Ainda inspirado na Segunda Guerra Mundial, Sr. Hilter:


Impagável a caracterização de Michael Palin como Sr. Bimmler. É um tapa na cara desses humoristas de meia pataca, principalmente os do meu estado, que acham que basta um homem vestido de mulher para fazer graça
Mesmo um quadro que acho fraco, é acima da média. Quantos programas de humor citam o solene poema And Did Those Feet de William Blake, e continuam engraçados? Soa pomposo? Claro mais esse efeito é desejado e essa é toda diferença:


Sarro com uma instituição inglesa como Agatha Christie


Marcando a cultura pop, SPAM:


Antevendo o futuro, com programas de televisão sem nada de conteúdo recheados de gente louca para aparecer:


Um preferidos dos fãs:


Encerro com o final de A Vida de Brian:

Nenhum comentário: